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2012 - Livro Vermelho 2013

Cabomba aquatica Aubl. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 13-09-2012

Criterio:

Avaliador: Daniel Maurenza de Oliveira

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

C. aquatica é uma herbácea aquática não endêmica do Brasil, com distribuição nas florestas da Mata Atlântica e Amazônia. Ocorre em diversas áreas de proteção integral e possui EOO bastante superior a 20.000 km², sendo categorizada sem risco de extinção.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Cabomba aquatica Aubl.;

Família: Cabombaceae

Sinônimos:

  • > Cabomba aubletii ;
  • > Nectris peltata ;
  • > Nectris aquatica ;

Mapa de ocorrência

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Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Hist. Pl. Guiane 1: 321, t. 124. 1775. Facilmente reconhecida pelas flores amarelas e pelas folhas flutuantes elípticas a ovais (Feres; Amaral, 2003).

Distribuição

Ocorre na Venezuela, Colômbia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (Feres; Amaral, 2003); no Brasil ocorre nos estados de Roraima, Pará, Amazonas, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo, São Paulo e Paraná (Amaral, 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por ervas submersas, fixas, aquáticas e perenes; floresce de agosto a novembro e de janeiro a abril (Feres; Amaral, 2003; Thomaz, 2003; Lima et al., 2012).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez por cento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção (A. Amarante, dados não publicados). Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobreexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650 km² de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Omodelo tradicional da ocupação da Amazônia tem levado a um aumentosignificativo do desmatamento na Amazônia legal, sendo este um fenômeno denatureza bastante complexa, que não pode ser atribuído a um único fator. As questões mais urgentes em termos da conservação euso dos recursos naturais da Amazônia dizem respeito à perda em grande escalade funções críticas da Amazônia frente ao avanço do desmatamento ligado àspolíticas de desenvolvimento na região, tais como especulação de terra ao longodas estradas, crescimento das cidades, aumento dramático da pecuária bovina,exploração madeireira e agricultura familiar (mais recentemente a agriculturamecanizada), principalmente ligada ao cultivo da soja e algodão. Esse aumento dasatividades econômicas em larga escala sobre os recursos da Amazônia legalbrasileira tem aumentado drasticamente a taxa de desmatamento que, no períodode 2002 e 2003, foi de 23.750 km², a segunda maior taxa já registrada nessaregião, superada somente pela marca histórica de 29.059 km² desmatados em 1995. A situação é tão crítica que, recentemente, o governo brasileirocriou um Grupo Interministerial a fim de combater o desmatamento e apontarsoluções de como minimizar seus efeitos na Amazônia legal (Ferreira et al., 2005).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada "Em Perigo" (EN) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

4.4.3 Management
Observações: Ocorre em unidade de conservação (SNUC): Parque Nacional do Viruá, no Estado de Roraima, Reserva Natural da Cia Vale do Rio Doce, no Espírito Santo (CNCFlora, 2011); e Reserva Ecológica de Dois Irmãos, em Pernambuco (Francisco et al., 2007).

Referências

- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

- AMARAL, M.C.E. Cabomba aquatica in Cabombaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB006611>.

- PIVARI, M.O. Cabombaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.2006, 2009.

- FERREIRA, L.V.; VENTICINQUE, E; ALMEIDA, S. O desmatamento na Amazônia e a importância das áreas protegidas., Estudos Avançados, Universidade de São Paulo, v.19, n.53, p.157-166, 2005.

- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.

- LIMA, C.T.; GIULIETTI, A.M.; SANTOS, F.A.R. Flora da Bahia: Cabombaceae. Sitientibus série Ciências Biológicas, 2012.

- FERES, F.; AMARAL, M.C.E. Cabomba (Cabombaceae). In: WANDERLEY, M.G.L.; SHEPHERD, G.J.; MELHEM, T.S.; GIULIETTI, A.M.; KIRIZAWA, M. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP/RIma, p.9-11, 2003.

- THOMAZ, D.O.; NETO, S.V.C.; TOSTES, L.C.L. Inventário florístico das ressacas das Bacias do Igarapé da Fortaleza e do Rio Curiaú. In: TAKIYAMAM, L.R.; SILVA, A.Q. Diagnóstico das ressacas do estado do Amapá: bacaias do Igarapé de Fortaleza e Rio Curiaú. p.1-22, 2003.

- FRANCISCO, L.V.; PORTES, P.V.A.; BARRETO, R.C. Perspectivas ecológicas através do levantamento e distribuição das macrófitas aquátcas nos açudes da Reserva Ecológica de Dois Irmãos-Recife-Pernambuco. , 2007.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

Como citar

CNCFlora. Cabomba aquatica in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Cabomba aquatica>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 13/09/2012 - 18:12:08